30 agosto 2015

“... E nas ruas estavam às luzes todas invertidas, como quando temos um sonho bom, onde as luzes parecem virar neblinas cristalinas. Porém, não sabemos se elas querem esconder algo ou tornar a cena num momento mágico e especial. Mas a vida, oh a vida! Ela me faz temer os sonhos. Temer que através de um sonho, uma nuvem negra venha escurecer o momento. Que venha me lembrar daquele passo desatento que me levou ao velho precipício sem fim, sem calor, sem esperança.

Mas não posso temer o sonho. Não posso fugir do pesadelo. Fugir do medo. Fingir invulnerabilidade. Deixar o coração trancado... no escuro, no espaço vazio da alma. Não posso esperar a certeza de não ser ferido. Quem a aguarda, vive em sua própria espera, em seu próprio vazio.

Não há, não haverá quem não seja ferido um dia, mais de uma vez. E não há, nem haverá quem não seja curado e quem não se cure. ”


Alice Rachel
2015

About you

Me deu vontade de escrever.
Mas sobre o quê?
Talvez sobre você...
Talvez sobre a imensidão...
Talvez sobre o sim e o não
Que rondam meu coração.
O que fazer ou o que não fazer.

Os seus olhos, o seu jeito,
Parece que desfizeram
A minha proteção.
Agora onde escondo meu coração?
Pois ele quer estar com você.
Mas o que faço?
Me diz o que faço com estas lembranças
Que se tornaram espinhos,
Que se tornaram fantasmas.
Você tem medo?
Eu não quero ter.
Pois eu já decidi.
Quero estar com você.

Alice Rachel
18/08/2015




A primeira imagem foi acima retirada da HQ "Astro City".

03 agosto 2015

Presa numa ilha 
(Como cheguei aqui?)
Sendo rodeada por momentos
(Nada sublimes)
Eles temem
(Eu sei, eu sinto)
Eles temem
(Sussurram pra mim)
Eu vejo a noite lá em cima e suas atraentes estrelas
(Mas eu não tenho asas, não posso chegar lá)
Então é hora de encarar os momentos
(Nada sublimes)
Fingir que tem um caminho
(É uma estrada escura)
Porém aparenta ser mais longa do que às dos pobres pardais que ficam para trás.
(O piano toca uma canção, suas notas eu penso que são pra mim)
Mas lá está ela de branco, tão suave ela dança, em meio a escuridão e aos olhares, a luz branca reluzindo seu rosto, ela, a outra face
(Meu outro eu)
Ela olha pra mim, e então logo sou que estou à luz branca vendo uma silhueta sob uma luz fraca, um mero ser a observar
(Uma face observando a outra)
A música continua, a dança para, o que pode acontecer... Quais as consequências... Se as diferentes facetas humanas e errantes terem consciência, enfim, uma da outra?
Alice Rachel